
A cantora Gaby Amarantos revelou recentemente, em entrevista no programa De Frente com Blogueirinha, que fez uma “super chuka” com 300 litros de água e que isso a teria levado a emagrecer 14kg. “Eu fiz uma vez em uma clínica, que eu queria experimentar. A minha mente limpou, o meu corpo limpou e eu consegui emagrecer por conta desse processo.”
O método, mais conhecido como enema ou lavagem intestinalé chamado pelos médicos de hidrocolonoterapia. Ele consiste, basicamente, na “limpeza” do intestino grosso, por meio de um mangueira com água introduzida no ânus.
Na medicina, é utilizado somente como preparo para colonoscopias e algumas cirurgias. Entretanto, é propagado nas redes como uma forma de aumentar a imunidade, desintoxicarprevenir doenças e até emagrecer. Mas faltam evidências científicas para sustentar as alegações.
“Essa prática não tem nenhum benefício comprovado e pode trazer sérios riscos para a saúde“, explica a proctologista Maria Júlia Segantini, membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP).
De onde veio a história
“Tudo bem as pessoas criticarem, porque, na verdade, elas não conhecem e ainda tem poucos estudos sobre isso”, comentou Gaby Amarantos no programa.
Só que não é bem assim. A teoria por trás do enema diz que fezes envelhecidas acumuladas na parede do intestino causariam diversos problemas de saúde. A história é propagada há séculos e já foi muito estudada. “Essa ideia foi cientificamente desmentida em 1920“, comenta Segantini, em vídeo gravado para a VEJA SAÚDE.
Em usara SBCP explica que diversos estudos realizados em cirurgias e autópsias nunca encontraram tais vestígios. Nas paredes do órgão, na verdade, há um grande universo de micro-organismos que compõem a nossa microbiota intestinal.
Os trilhões de bactérias, vírus e outros micróbios que vivem aí mantém a saúde. E a “super chuca” pode bagunçar tudo, gerando sérios riscos à saúde.
Riscos do enema
Os médicos destacam:
- Disbiose (desequilíbrio da flora intestinal);
- Desidratação;
- Cólicas;
- Distensão abdominal;
- Sangramento;
- Perfuração do intestino;
- Desequilíbrio eletrolítico.
Abaixo, confira a explicação completa em vídeo de Segantini:
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